Pergunta difícil de responder, já que como projeto inacabado que sou, só me defino em meu último suspiro.
Sombrio? Não, libertador! É aí que as possibilidades se abrem, porque meu futuro ainda está por ser construído. Assim, é melhor descrever minha “acontecencia” para que o sentido de minha história possa aparecer.

Jovem, sem a menor ideia de que faculdade escolher e desse modo convicta, foi fácil encontrar um caminho a seguir, bastou eliminar todas as disciplinas que envolviam matemática e inscrever-me na Faculdade de Comunicação Social, no curso Publicidade e Propaganda. O que mais aprendi com essa experiência, além de meu primeiro contato com o ser humano, foi que a competição é ferrenha e eu não dava pra isso. Acabei entrando para o serviço público, numa assessoria de imprensa, e logo depois fui abençoada com a chegada de meus filhos. Desse período de minha vida o que tenho a contar é que aprendi muito sobre amor, responsabilidade e também que dá muito trabalho ter três filhos em um ano.

Lá pelos 30 anos, com meus filhos maiores, acredito que ganhei um presente: fui apresentada à massagem terapêutica e desde o primeiro contato senti-me arrebatada por ela. Logo quis conhecer mais e fiz vários cursos. Acabei indo para Pequim, China, onde aprendi mais sobre a natureza filosófica da Medicina Tradicional Chinesa e a mãe das massagens An Mo (Tui Ná, na versão ocidental). O contato através do tato para alcançar equilíbrio fazia sentido para mim e por anos segui esse caminho, inclusive estudando Willian Reich, psiquiatra famoso por voltar sua atenção para o corpo. Porém, algo mais aparecia. Por meio do toque também a emoção se fazia presente e senti necessidade de aprender a lidar com ela e por isso, ingressei na Faculdade de Psicologia. Anos maravilhosos de muitas surpresas, pois como já tinha alguma vivência passava as aulas suspirando e dizendo pra mim mesma: "Ah! Agora entendi aquela situação."

Nos últimos anos da faculdade deparei-me com a psicologia pensada sob a perspectiva Fenomenológica-existencial e um novo mundo que se abriu para mim. 

Fenômeno é aquilo que aparece. Fenomenologia é o estudo daquilo que aparece, simples assim! Mas que trabalho que dá entender essa simplicidade. Esta prática apresenta-se como busca do método fenomenológico, que visa compreender o existir com base na filosofia existencial e assim, trilhando esse caminho que cheguei à Análise Existencial, abordagem na qual guio meus atendimentos.

Ao longo dos últimos doze anos tenho fundamentado minha clínica nesta prática que junto com minhas vivências ao longo das últimas décadas, conferem um olhar próprio àqueles que me procuram.